George Weigel esteve em Lisboa na passada semana a convite do Instituto de Estudos Políticos para dar uma palestra na Universidade Católica. O teólogo norte-americano aproveitou a sua presença no país, para realizar uma mão-cheia de entrevistas, onde abordou, sobretudo, o actual papel da religião nos processos políticos dos Estados Unidos e da Europa (ou na União Europeia, para se ser mais preciso).
Ouvi atentamente a entrevista na Rádio Renascença, onde o seu discurso, além de sublinhar o seu carácter de defensor e promotor da fé cristã (do passado ao futuro), esbarrou no actual padrão de evolução demográfica na Europa. Weigel considera que, a este ritmo, “dentro de meio século a Europa tal como a conhecemos hoje deixará de existir”. Tudo devido à inversão demográfica – e consequentes alterações sociais, culturais e religiosas.
“Em 50 anos, metade da Grã-Bretanha poderá ser regida por leis islâmicas; poderá nascer um Estado islâmico na Bélgica e Holanda; a Turquia será o maior país, em termos demográficos, da União Europeia” – são algumas das ideias-chave do entrevistado, que soam para muitos a alarmismo exacerbado de uma igreja retrógrada.
Eu prefiro agradecer a Weigel pelo alerta e acreditar que, no meio de tanta inércia, surgirá alguém capaz de alterar este rumo, fazendo valer o projecto europeu – cada vez mais débil. Não se trataria de qualquer tipo de filtragem inter comunidades, apenas a defesa dos valores e da identidade que estão na base da construção da (tal) Europa “sem fronteiras”.
P.S.: E não vale a pena conotarem o post. Hoje sinto-me ateu e apolítico.
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